Lavagem de dinheiro e ocultação de valores foram cometidos logo após operação que apontou irregularidades na aquisição de EPIs à época da pandemia
A Controladoria-Geral da União (CGU) participa, nesta quarta-feira (24/05), da Operação Ratio. O trabalho é realizado em parceria com a Polícia Federal (PF). O objetivo é aprofundar as investigações de possíveis crimes de desvio de recursos públicos e lavagem de dinheiro por empresário do Piauí, cometidos logo após a deflagração da Operação Caligo, que apontou irregularidades na aquisição de medicamentos e EPIs à época da pandemia.
Investigação
As análises da CGU e da PF constataram que uma microempresa de representações recebeu recursos expressivos de uma outra empresa alvo da Operação Caligo, deflagrada em 2020, em Teresina (PI), no contexto da pandemia de Covid-19. Essa empresa de representação, no entanto, não existe de fato, o que pode configurar possível ocultação de recursos desviados de contratos públicos e indícios da prática de crimes de lavagem de dinheiro.
Os documentos apreendidos demonstraram, ainda, que a pessoa responsável pela microempresa possui ligações com um dos alvos investigados naquela operação e aparenta ter participação ativa nas práticas de lavagem de dinheiro. As investigações revelaram, também, a possível participação de outros empresários e contadores envolvidos no esquema.
Impacto social
A empresa utilizada na possível prática de lavagem de dinheiro tem ampla atuação junto a órgãos públicos piauienses. Os crimes investigados à época da pandemia de Covid-19 demonstram a ocorrência de diversas contratações com sobrepreço por esses órgãos públicos, além da não entrega de parte dos equipamentos contratados.
Além da tentativa de dissimular o real destinatário dos valores, os crimes investigados resultam na gestão inadequada de recursos públicos, tendo em vista o fornecimento com sobrepreço de medicamentos e EPIs a órgãos públicos municipais e estaduais piauienses identificado na Operação Caligo.
A ação desencadeada pela CGU e PF, desse modo, contribuirá não apenas para a interrupção da atividade fraudulenta e lesiva ao patrimônio público, como também possibilitará melhorias gerais para as políticas públicas na área da Saúde no Piauí.
Diligências
A Operação Ratio consiste no cumprimento de oito mandados de busca e apreensão na capital Teresina (PI). O trabalho de campo conta com a participação de três auditores da CGU e cerca de 28 policiais federais.
A CGU, por meio da Ouvidoria-Geral da União (OGU), mantém o canal Fala.BR para o recebimento de denúncias. Quem tiver informações sobre esta operação ou sobre quaisquer outras irregularidades, pode enviá-las por meio de formulário eletrônico. A denúncia pode ser anônima, para isso, basta escolher a opção “Não identificado”.
O cadastro deve seguir, ainda, as seguintes orientações: No campo “Sobre qual assunto você quer falar”, basta marcar a opção “Operações CGU”; e no campo “Fale aqui”, coloque o nome da operação e a Unidade da Federação na qual ela foi deflagrada.
Fonte: CGU Notícias